Cowboys do deserto
O asfalto termina aqui, em M’hamid el Ghizlane, casario marroquino de terra, próximo da Argélia, antigo ponto de encontro na rota comercial das caravanas. É a última fronteira. Centenas de metros mais à frente, abre-se a porta para o fim do mundo. Começa o Saara lunar, negro, das dunas de areia dourada, das miragens, dos oásis, da sobrevivência, dos que lhe resistem. Restam poucos nómadas na região. Trajados com as tradicionais gandoras índigo, de chech branco, preto ou castanho enrolado na cabeça, trazem as cavalgaduras por rédeas, quais cowboys do deserto. Dedicam-se às corridas de dromedários, ao hóquei na areia jogado com paus e uma bola de trapos, a beber um chá enquanto trocam informações sobre o deserto. E ao turismo, fonte de rendimento última para um modo de vida em extinção.
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