Sempre estas memórias que quando sol começa a sua ginga me vêm à cabeça, penso que é quase Verão, imagino-me pelas ruas a bicicletar, a caminhar, ou simplesmente na Ribeira a vê-los saltar, meninos dispostos a enfrentar o rio gelado a troco de pequenos incentivos deixados pelos turistas. Dizem que já é Primavera e que ainda agora começou, mas o frio parece não querer ceder, intensifica-se e não há como pará-lo; lutando com os meus xipocos, nestas alturas já penso no Verão, logo, logo estaremos no Verão, e isto enquanto ando à procura da vitamina D, alternada com alguns arrepios à sombra. Mas mesmo chegando o Verão no rio ou no mar nunca chega o Verão, águas sempre geladas. Gosto de ver ou de participar (pouco) nas danças de festival de mergulhos no rio ou mar. Do que gosto muitas das vezes é de estar com água pelos tornozelos a tentar perceber se o frio chega aos ossos, primeiro um pezinho e depois o outro, quase desequilibrado, em pontas de bailarina, até que a água chega à cintura e depois, wow, o dito mergulho, isto quando já não sinto o cérebro e sempre com a tensão de ter de cumprir […]
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Presentes! Africanos e Afrodescendentes no Porto é um primeiro esforço para fixar um retrato colectivo, certamente incompleto e aberto a actualizações, de uma comunidade em acelerado crescimento na cidade mas cuja inscrição no espaço público permanece deficitária. E é também um esforço para que, confrontado com este seu talvez inesperado espelho, o Porto possa reconhecer-se — e festejar-se! — como uma cidade não exclusivamente branca. Maioritariamente encontradas ao acaso, em deambulações aleatórias pela cidade, as 40 pessoas que aqui aparecem fotografadas — algumas recém-chegadas, outras aqui nascidas; algumas de passagem, outras profundamente enraizadas — materializam uma comunidade cuja presença física e simbólica foi, até ao momento, pouco documentada, ou mesmo genericamente ignorada. Eu próprio um membro desta multidão, junto-me a elas nesta instalação que pode ser vista como uma manifestação, uma vigília, uma festa, ou apenas como uma assembleia de afroeuropeus, afroportugueses, afroportuenses — sem hífen — na cidade a que chamam casa. A minha nova exposição pode ser vista no MIRA FORUM, rua de Miraflor, 145, de terça a sábado das 15h às 19h. Este projecto teve o apoio da DGArtes.
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Em 1890, Guerra Junqueiro foi eleito deputado pela segunda vez, representando então o distrito de Quelimane, em Moçambique. Através do espólio depositado na Casa-Museu Guerra Junqueiro, esta exposição ficciona o seu encontro com um território que nunca visitou. A viagem que Guerra Junqueiro nunca fez é a minha primeira exposição individual. Será inaugurada às 18h do próximo dia 7 de Março, na Casa-Museu Guerra Junqueiro (Rua de Dom Hugo, 32), Porto.
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